quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Floresta do Campus da Ufam em apuros


A imagem acima é uma fotografia aérea de parte do Campus da Universidade Federal do Amazonas. A floresta do Campus, como é conhecida, é a única área remanescente de mata nativa no perímetro urbano de Manaus.

Toda esta beleza e potencial de biodiversidade está correndo perigo. Os ataques à floresta são constantes e muitas vezes imperceptíveis à rotina acadêmica. A retirada de madeira, principalmente, pau de escora, a caça de animais silvestres, e invasão de terras, são alguns exemplos.

Há vários atores atuando neste cenário macabro, entre eles a própria comunidade universitária, os gestores públicos, as empresas e instituições vizinhas e outros atores coadjuvantes, como os moradores dos bairros adjacentes ao Campus.

Na década em curso, implementaram-se ações com o objetivo de proteger a floresta da Ufam da pressão exercida pela sociedade. Contudo, estas ações preocuparam-se, tão somente, em resguardar a área, com propósito de evitar novos desmatamentos e invasões de terra. Neste sentido, as novas construções na expansão da universidade foram orientadas visando a aglomeração e/ou verticalização das edificações, tudo isto com apoio de cercas, muros e barreiras, em especial entre a universidade e os vizinhos mais pobres.

Todo este conjunto de medida foi necessário, mas não suficiente. O ataque continuou oriundo de várias frentes.

A situação agravou-se após a autorização pela SUFRAMA do uso de suas terras em área de preservação ambiental, contíguas à Ufam, para a construção do empreendimento Elisa Miranda, conjunto habitacional cujo nome homenageia a mãe do ex-senador pelo Amazonas Gilberto Miranda.

Professores e pesquisadores que estudam o complexo ecossistema do Campus, denunciam há algum tempo, a redução da presença de animais endêmicos como o Quatipuru (esquilo da Amazónia), relacionando-a à alteração da cadeia trófica desses bichinhos, provavelmente, devido ao crescimento da população de animais domésticos, como cães e gatos.

Para aqueles com olhar mais atento à natureza, como os caminhantes e trilheiros, é preocupante e doloroso verificar a mata cada vez mais rarefeita e menos densa. Qualquer pessoa com pouca sensibilidade ecológica, percebe o aumento substancial do lixo doméstico, o uso inadequado do solo, o desaparecimento de pequenos córregos e nascentes de água. Estas perturbações estão em curso, sem que haja diminuição de área ou espaço físico do Campus. A superfície está mantida, mas o conteúdo.....

Como pode-se ver, a solução não é simples e passa por um amplo debate com a sociedade sobre a Sobrevivência da Floresta do Campus. A quem ela importa?

2 comentários:

Themis Cordeiro disse...

É lamentável a falta de cuidado com a área verde do campus. Me coloco desde já a disposição em defesa do nosso campus.
Abraços
Themis

Jaime disse...

A área foi denominada "Unidade de Conservação" através da lei Municipal nº 605/2001, mas não recebeu maioreas proteções, precisamos divulgar as imagens do descaso e omissão do Poder Público em relação a preservação dessa importante biodiversidade.